quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Como esquecer - O Filme - Crítica


Como esquecer

Resumo critico do filme: Como esquecer – Ana Paula Arósio e Murilo Rosa.

Em 20 de outubro, fui convidada por uma amiga a assistir o tão comentado filme homossexual brasileiro Como esquecer estrelado por esta beldade que é a Ana Paula Arósio. Enfim, fui e gostei!

Os personagens de fato absorvem muitas cenas do nosso cotidiano, sem descaracterizar a realidade com o comedido drama do filme. Más o meu intuito aqui é comparar as atitudes da personagem, vividas e sofridas na ficção com o nosso dia-a-dia, afinal quem nunca sofreu a perda de um grande amor? Independente do grau de instrução ou da educação que um ser humano tem durante toda sua vida, um dia sempre acaba caindo do salto! É fatídico.

Como esquecer, mostra uma jovem personagem na faixa dos 30, professora universitária, que se vê completamente afetada e desiludida com o rompimento de uma relação que parece ter sido vivida intensamente e com muito amor. Uma mulher que é abandonada por sua companheira e que se vê diante da vida sem rumo e sem chão. Não consegue trabalhar, não consegue dormi, acordar, respirar se não em companhia deste sofrimento.  Mesmo ao lado de seus amigos tudo lhe parece sem cor, um total desequilíbrio que leva a nós espectadores a com certeza nos perguntar: será que eu fui assim? Ou será que vou passar por isso? Ou como eu, em minha poltrona acolchoada ao lado de minha amiga, olhando para aquela grande tela a minha frente e me dizendo: Quantas vezes eu não passei por isso!

Quando eu relacionei o grau de instrução à queda do salto, quis falar da maneira romântica e educada que passa a personagem durante todo o seu sofrimento. Seria esta uma forma da autora ou da diretora, de nos ensinar que podemos ser calmas e lânguidas, quando na realidade, na vida como ela é, este tormento faz com que sejamos um verdadeiro tsunami? – Sim, por que neste momento deixarei de lado o filme e tratarei de minhas experiências e de outras que tenho ciência, para analisar este que para mim é o fio da meada!!!

Quem pode descrever o amor se não aquele que o viveu, e sua perda se não aquele que perdeu? Posso afirmar que tive inúmeras paixões e apenas dois amores. Também posso afirmar que sou uma pessoa tempestiva e não sou exemplo de candura pra senhor ninguém. Mas vivi a perda, vivi a angustia, a dor, sofrimento, tentativa de suicídio e tantos outros que hoje chamo de melodramas, sim gente – verdadeiros melodramas! Por que? Porque passam, com a mesma proporção que vivemos o horror, o sol de fininho acaba sempre brilhando – não há amor sem sofrimento! Em 1 coríntios, versículo 13, diz:  "O amor é sofredor, é benigno; o amor não é invejoso; o amor não trata com leviandade, não se ensoberbece. Não se porta com indecência, não busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita mal; não folga com a injustiça, mas folga com a verdade; tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta."quem escreveu estas lindas palavras com certeza não contava com os nossos dias.

Onde quero chegar? Vamos lá – Julia a personagem principal chega um belo dia para o amigo e diz: me amarra! – da uma corda pra ele, que a amarra de fato, e passa o dia em uma cadeira vendo a vida passar, seus telefones tocam, deve ter lá suas necessidades fisiológicas, sua cabeça deve dar mil voltas e no fim do dia discuti-se a que objetivo se chegou depois desta “versão bunitinha de sadomasoquismo”. Moral da história: é melhor doer na carne do que perder o orgulho e ir atrás da pessoa amada! – CARACAS!!! É isso mesmoooo... quantas de nós usamos as cordas de maneira prática ou literal em prol de nosso orgulho pra não dar  vazão aos nossos sentimentos?  Eu usei inúmeros artifícios e conheço muitas outras que fizeram o mesmo. E vc?

As cordas nos dão apenas um nome, para o significado de todas as amarras que usamos para não dar o braço a torcer e ir atrás de quem amamos. Contudo o filme não nos mostra alguns fatos que aqui são relevantes: Qual o motivo da separação? Por que não ir atrás? Se é amor, por que não lutar em favor? E tantas outras questões que se pode levantar assistindo o filme. Pra mim é importante a resposta destas perguntas que eu me questionei e compará-la a minha vida.

Qual o motivo da separação? Tem pessoas que respondem: incompatibilidade de genes...rsrsrs e não é que esta resposta é apropriada pra muitas pessoas. Você vive um mês ou mil anos com alguém e no final quando todas as tentativas foram fracassadas, você olha e diz deve ser de fato incompatibilidade (isto que é educação). Porém isto é uma desculpa esfarrapada de seu ego querendo apenas te confortar e dar uma solução pra o que chamo de fracasso. Gente, viver só já é difícil, viver a dois é uma batalha plantada num campo de quatro paredes que é quase impossível. Então eu me questiono, assim como você, - ah por que os casai de antigamente dão certos? Ou, eu tenho amigas que vivem a mais de 20 anos juntas? RESPOSTA: um dos dois tem que ceder, um dos dois tem que saber e implantar em suas bases o “... tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta." E infelizmente eu não sei fazer isto, mas bato palmas para quem sabe.

 Por que não ir atrás? Eu nunca parei pra pensar em quantas coisas eu já perdi por (deveria ter dito  por orgulho) não ter ido atrás, tenha sido trabalho, amigos, amores enfim... o que sei é que ainda amo, sim amo. Só que não me permito mais a “voltar atrás”. Foram longas caminhadas, pedras e montanhas superadas, aqui me pego filosofando... parei... foram muitas brigas, traições, muitos tapas trocados, muitos insultos e falta de respeito e como digo sempre blá, blá, blá. E esta aqui a minha resposta para o porquê de não ir atrás. Mas esta é a minha resposta! E a sua? Se nada disso houve, se foi apenas um desentendimento ou até mesmo uma traição (perdoei e fui perdoada em varias traições, não somente uma) por que não ir atrás? Se no final a conclusão de que a felicidade é maior estando com a pessoa amada, então pra que se amarrar numa cadeira e sentir a dor? Ora bolas, me poupe. Se viver a dois é difícil, difícil é seguir amando e não ter mais coragem pra continuar esta relação! E pior é parar onde estou e não ter mais a coragem de se entregar a ninguém e viver uma vida fugaz... pense nisto.

Se é amor, por que não lutar em favor? Volto a dizer que amor é um trem bom, não é a toa que é cantado em versos e prosas, poesias e tudo mais... mas não podemos deixar de trazer isto que chamamos de amor para a realidade! Não é fácil – hoje, falar a respeito também não é tão fácil assim – quando parei um dia, ajoelhada enfrente a uma parede e implorei a Deus que ou me tirasse aquela dor ou me levasse a vida, Ele não respondeu imediatamente a minha suplica. Foi me mostrando aos poucos o que era favorável e o que não era. Fui aos poucos respirando por mim mesma, dormindo pra mim, comendo e bebendo para o meu corpo. Aos poucos fui vendo quem eu era, o que eu fazia e porque eu fazia. Comecei a me sentir, a me tocar e ver que meu EU era meu, e que eu não dependia mais tanto assim da pessoa que eu amava. Olhava-me todos os dias no espelho e via o quanto eu tinha esquecido de mim. Então pude perceber que havia deixado de me amar a muito tempo. Quando é amor você se une e transforma dois em um, quando é algo similar ao amor, você esquece de si mesmo e passa a viver o outro. E era exatamente isto que eu vivia, uma pseudo fórmula paraguaia do amor.

Lutar é uma ação que depende de coragem, força de vontade e de principalmente um objetivo final a ser alcançado, capaz de te levantar, sacudir a poeira e dar a volta por cima. Se a felicidade fica mais visível, palpável quando você estar com o seu ou a sua companheira, se no final das contas a soma do amor for maior que o da dor... na boa, manda o orgulho pra casa do C...piiiiiiiii..... desculpa... e vai atrás mesmo...dar uma, duas, mil que seja chances de se ajustar, por que volto a dizer não é fácil! AGORA, se você assim como eu, chegou ao seu limite, foi ao fundo do poço e cavou mais pra chegar na crosta terrestre e nada adiantou, sorry baby, mas por experiência própria, a não ser que você tenha um submarino capaz de alcançar o Titanic no fundo do mar, lamento informar que este tipo de “amor”não tem solução! É melhor ficar de camarote, viver sua vida em função própria e esperar sua banda passar.

Fico aqui, com meus sonhos... quem sabe até um deles se realizar, eu desça e vá pra rua, afinal de camarote hoje em dia só no carnaval e open bar.

Ah! Eu chamaria o filme de: Como viver com tanta lamuria!

3 comentários:

  1. Parabéns, excelente abordagem!
    Eu acredito que o amor é algo muito subjetivo e o "Valer a pena lutar" também...
    Se você se sente bem ao lado da pessoa e se sente muito mal distante, não custa nada procurar.
    Se a pessoa não deseja a sua companhia,respeite a vontade dela e se recolha.
    Sofrer quando o sentimento não é correspondido é normal. Mas passa. Como todo o resto...
    Os sentimentos precisam ser cativados e se o outro não está mais disposto a cativar ele irá se perder no tempo.
    Também não adianta se cobrar esquecer da noite pro dia. Essa força para querer esquecer rápido pode acabar prolongando mais ainda o sofrimento.
    Nada é mágica. Amar e esquecer um amor é um processo que precisa ser respeitado em todas as suas etapas.
    Respeitar e viver os sentimentos de acordo com os seus limites emocionais é a melhor saída. Não adianta querer arrancar aquilo da mente ou do coração. O ideal é ter paciência consigo mesmo e perceber o sentido do processo.Para cada pessoa é diferente. Por isso, nem sempre o conselho do amigo funciona. Se quer conselhos de verdade, procure um profissional.
    Amar vale a pena sim e correr atrás também pode valer (e muito). Mas é importante respeitar os próprios limites e os do outro.
    Em relação a ceder e a suportar também acho subjetivo... Isso não vai variar de acordo com o sentimento da pessoa em relação a outra. Mas com a sua personalidade, propósitos e forma de enxergar a relação. Nem sempre quem cede mais ama mais. Na verdade, não existe quem ama mais ou menos. O fato é que somos diferentes e amamos diferente (felizmente!) rs...
    Como esquecer? Esquecer não é uma meta, é uma consequência natural de quem não lembra mais. Se não for natural vai ter mais cara de frustração do que de caso resolvido ;)

    ResponderExcluir
  2. Legal o filme, por mostrar, além da bela Ana Paula Arósio, que a dor não escolhe idade, cor, sexo, nem nível intelectual. Foi delicioso ver a discussão sobre a literatura de Cassandra Rios e Virgínia Wolf, aprender sobre a pungência pouco presente na literatura inglesa a exuberância de Morro dos Ventos Uivantes. E aprender como ser dura, indelicada e evasiva sem perder a classe... Murilo Rosa estava magnânime, e Ana Paula, densa e transbordante, supera a megalomania da personagem e nos faz pensar: quem é essa Antônia que a deixou? Só pode ser louca... rsrsrs
    (Liu, após ver com você esse filme naquele dia, fui vê-lo novamente, e digo sem medo de errar: valeu à pena!)

    ResponderExcluir
  3. Veja bem, o filme "como esquecer" é um relato verdadeiro de como as pessoas estão em total desequilíbrio mental, como as pessoas estão totalmente em desarmonia consigo mesmo. Perai,um amor é importante até qdo esse amor nos faz bem, se há um rompimento é sinal que não estava a contento e as pessoas tem que estar preparadas para perdas tb e não ficar a vida toda sofrendo, pq nada é para sempre, se não está preparada, não entre!! As pessoas acham que tudo é eterno, nem a nossa vida é eterna!!A vida tem que continuar, as pessoas investem demais nas outras e esquecem de si próprio, exaltam demais as outras, colocando em pedestal, garanto se fosse a mãe dele que ela perdesse, ela não taria assim, pq mts pessoas até valorizam mais um amor, que o próprio amor para como uma mãe!!Tenha a santa paciência, como é que tem gente que acha que sua vida se torna uma merda, pq a outra abandonou?? Que auto estima baixissima, é essa!! Ninguém merece tudo isso não!! Sempre me coloquei acima das pessoas que tive uma relação, e quem não quisr ficar comigo, fo..-se!!

    ResponderExcluir

Textos

Leiam, divirtam-se e façam comentários!

Seguidores